segunda-feira, 10 de junho de 2013

caos

Eu amo o teu caos.

Um dia, pensei que o vácuo nunca pudesse preencher alguém. No entanto, teu sombrio e solitário inverno que me fascinou, me empurrou, me enganou, é aquele que me abraça agora, quente, acolhedor, dócil.
E o inverno que me és, atrai porque sou confusa, sou triste. Porque ninguém entendeu o sorriso rasgado no qual a solidão me afogava, a não ser... tu.

E hoje, escrever deixou de ser um acto nocturno, compassado por respiração dolorosa. Hoje, escrevo deitada no teu chão, e o meu relógio não tem mais horas escuras. Hoje, os meus dias não possuem mais espirais vertiginosas ao aproximar-se a noite. Hoje, não és mais a única palavra que encontrava para te nomear: medo.

Por isso, eu paro agora.

Porque hoje a minha casa não tem salas vazias. Tudo é alegria, tudo é amor, tudo és Tu.

O teu caos é uma benção. 
Abraça-me, e... fiquemos neste novo infinito. 
Sempre.
"Amo-te pelas tuas faltas.
Pelo teu corpo marcado.
Eu amo as tuas mãos, mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer com as minhas.
Eu amo-te de alma para alma, quando o próprio amor vacila."
Fernando Pessoa