Uma criança esticava o braço, perpendicular ao vector levado pelo vento, como circulo preso num pauzinho, agarrado à sua mãozinha, encharcado de sabão.
O vento passava e bolas de sabão eram feitas, perfeitas e desfeitas, rebentadas num estalo oco, faiscante, brilhante, ao vento, sem mais modo de continuar. Bolhas fogem, dançantes no vento, para o céu, mas iludem-se na esperança de possível chegada.
O vento continua a passar, dando-lhes a esperança infinita, elas, reflectindo o sol em luz branca decomposta, em direcção ao rosto da linda criança, frágil, contente, voando entre as bolhas e aconchegando-se delas, e elas fugindo, ocas e cheias de felicidade e de orgulho de uma criança, querendo, expectante, voar com elas.
E num estalido oco rebentavam, antes de chegarem ao céu, erodindo mais e mais, meteorizando um sonho de voar, o ordinário sonho. E os olhos da criança brilhavam, voando, entre os sonhos, entre as bolhas, entre as nuvens, entre as estrelas, entre qualquer entidade que os tinha feito ir mais além, acreditando, expenctando algo da vida.
E diante tamanha luz, aproximei-me, lenta e cuidadosamente, para lhe sussurrar num registo não audível: Quando for como tu, viverei numa nuvem.
Delicioso... é o eco que me fez este texto. E eu não costumo usar esta palavra :-)
ResponderEliminarAté que caia a chuva...
ResponderEliminarEste eco ouviu-se no meu coração :)
ResponderEliminarLindo percurso do voo de uma criança
ResponderEliminaraté que a nuvem alcança...
luz nas asas da inocência!...
bolas de sabão, cores, sonhos e esperanças.
ResponderEliminarquanta ternura deixas aqui para nós.
beijinho e bom fim de semana
Bolas de sabão...
ResponderEliminarquem as não teve!...
O texto está muito bem escrito.
Bom fim de semana
Numa nuvem com forma de sonho...
ResponderEliminarBeijos
saborear o momento e acreditar no próximo - se o conseguirmos, caminharemos sobre nuvens tão coloridas quanto as bolhas de sabão de uma criança. :)
ResponderEliminar