terça-feira, 6 de abril de 2010

asas

Emano-me no pôr-do-sol, descendente, pondo-se a teus pés.

Grande. Onde baixo as minhas asas, a teus pés, recolhendo-me nas tuas asas. Grandes!
O calor das tuas asas abraça-me, envolve-me, devolve-me o sabor a segurança do corrimão que um dia rebordou as minhas escadas. Desapareceu na vertigem inesperada na sequência das minhas quase-quedas ao centro do mundo.
Mas nas tuas asas eu voo, e no calor que me dás eu flutuo. E apenas com um sorriso subo até ao último degrau, sem corrimão mas em segurança, onde a vertigem ainda me atinge, e onde nas tuas asas me apoio.

Asas de luz.
E com asas deixo de me preocupar com a consistência do meu chão.

Porque nas tuas asas voo.
Porque das tuas asas voo.
E tenho em mim asas de ti.

5 comentários:

  1. Ao ler isto lembrei-me daquela música (na versão de Lisa Ekdhal): When did you leave heaven, angel of mine? Pronto, era só isso... o resto, que gosto deste espaço, já disse! :-)

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  2. Asas de luz
    aos teus pés
    que no Caminho
    teu eco conduz...
    lindo!
    Um perfume
    sem tempo findo!

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  3. Se assentares a tua cabeça na realidade, podes voar.

    Aproveita o voo, faz boa viagem!

    As asas existem, nós é que lhes colocamos travões com medo da aterragem final.

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  4. Olá Eco. cada um de nós que te lê interpreta á sua maneira.
    eu vejo essas asas, como sendo de alguém em quem te abraças e confias o suficiente para voar, alguém cuja a presença te ilumina o rosto com um sorriso...

    beijinho

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  5. cada um interpreta plo que mais vive ou o que mais necessita.

    eco :)

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