domingo, 23 de maio de 2010

tom,


Nos meus caracóis ri-se a rebeldia dos teus cabelos negros. Eles riem sob sorrisos que subestimas.
Dos teus passos ritmo os meus, descompassados mas felizes. Das tuas corridas, da tua marcha lenta, te acompanharei, com a graça e simplicidade de uma criança e com a dedicação de uma maré centripta insistente.
Dizem-me que não se pode apostar num tom se não se teve a certeza como a ele se chegou, para se ir pintando aos poucos e por tentativas. Mas a rebeldia dos teus cabelos leva os meus a debruçar-se sobre o cavalinho sem medo algum de cair, nadando num tom incerto, e por isso sem temer o seu desencontro.
E pinto sem saciar, sem temer, sentimentos, sons e símbolos que conheces.


O vento dança nos meus caracóis. O vento dança em ti, rebelde. O vento leva-me na tua dança.
Hoje passearei o que ontem tentaste esconder no peito.

Fazes-me bem.

5 comentários:

  1. Que bom essa leveza das coisas que são o que têm de ser e ao mesmo tempo o que desejamos. Fica bem.

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  2. Escreves muito bem, é sempre um prazer ler-te.

    Beijokas

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  3. E ainda que no fim se revele pintura borrada, se é bom... que se viva o momento!

    Para todos os efeitos, temos sempre o argumento de uma pintura abstracta... :P

    Bjo

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  4. Até os cabelos podem ter humor

    e rirem-se uns dos outros!


    Saudações poéticas

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  5. Tom sobre tom
    apenas do "cavalinho" um som
    e os cabelos a voar
    num carrossel a dançar...
    tudo a fazer bem estar
    e a leveza no ar!!

    Bjito e bom fim-de-semana

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