
fotografia: FingerTiips
em olhares.aeiou.pt/fingertiips
Eu nasci nalgum lugar onde se escuta o rio batendo contra o cais.
O sol recua na minha linha de horizonte, lenta e dolorosamente.
Como um rio que volta à nascente.
Esfuma-se o fumo perante tal gigante. Ele brilha.
O Sol rasga-me o céu, e o teu fumo.
Esfumas-te.
Foges.
Tentas fugir.
Mas o Sol tece-te o caminho.
Corres?
Não entendes?
Da minha janela vejo o Sol.
Vejo-te também, imperado e manipulado na urgência de fugir dele.
Na viagem contra o tempo,
no barco a favor de temporais.
Ainda corres?
Vejo a tua expressão, triste,
porque o rio na tempestade te levou ao mar
onde perdeste o pé da alma.
Onde gemes como o rio que bate contra o cais ausente.
Onde expressas a dor de leito de regresso à nascente.
Mas vejo o Sol da minha janela.
Vejo o Sol a acabar a sua rotina diurna,
e vejo-te mais uma vez fugindo dele
como fumo a favor do vento.
Não entendes?
Não corras, não fujas, não te esfumes;
Não te leves pelo vento nem por tempestades;
Minha fatalidade, do Sol respiras,
corre. Acabarás nele,
porque dele começaste.
o sol é fonte da vida!
ResponderEliminarum rio que nasce na foz
e desagua na nascente
é um rio que é contrário
ao caminho do sol poente...
gostei das palavras sentidas
como se esfumassem, assim doridas!
até as palavras se esfumam... fica apenas o que guardamos. e a rotina diária do sol.
ResponderEliminargostei muito de te ler.
beijinhos eco
Nada fica sem resposta!
ResponderEliminarTudo volta ao seu local de partida....