domingo, 14 de março de 2010

talvez um dia me encontre.


Sigo pela estrada. Sem passos compassados de forma rápida. Não. Calmamente.
"Foi sem mais nem menos
Que me deu para abalar sem destino nenhum"
Fujo do nada. Apenas por prazer. Vejo mundos passar, aprecio-os. Sorrio com a ironia da vida. Deleito-me com a minha paisagem: as árvores dançantes ao sabor do vento; as nuvens observadoras, desenhando o que vai dentro de mim, numa metamorfose contínua; o piso verde contrastante com a estrada alcatroada; o pássaro chilreante, que me chama pela planície dentro. E eu sigo o seu chamamento.
"Viva o espaço que me fica pela frente e não me deixa recuar
Sem paredes, sem ter portas nem janelas
Nem muros para derrubar"
Sinto a energia da Terra que me sobe até à coroa. Não sei para onde vou. Mas pelo menos vou.
Movimento cego em que tenho os olhos mais abertos do que alguma vez os tive. Jornada dormente na qual tenho os sentidos mais alerta, como nunca antes tivera.
Um cheiro novo que me invade.
"Curiosamente dou por mim pensando onde isto me vai levar
De uma forma ou de outra há-de haver uma hora de vontade de parar
Só que à frente o bailado do calor vai-me arrastando para o vazio
E com o ar na cara, vou sentindo desafios que nunca ninguém sentiu"
Não sei para onde vou nem para o que vou.
Mas esta é a parte boa da vida.


"Talvez um dia me encontre.
Assim talvez me encontre"
(125 Azul - Trovante)

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